Qual a relação entre os inflamassomas e a COVID-19?

No último post, demos a vocês uma breve explicação sobre nosso principal alvo de estudo no laboratório: os inflamassomas. Alguns de vocês devem ter se perguntado “Qual deve ser a participação dos inflamassomas na COVID-19?” e é isso que vamos explicar hoje.
Já sabemos que ao sermos infectados pelo SARS-CoV-2 podemos desenvolver sintomas leves, iguais aos de um resfriado comum, ou até desenvolver uma síndrome respiratória grave. Esses sintomas mais graves ocorrem devido a desregulação da resposta inflamatória no combate à infecção viral. A COVID-19 é caracterizada por uma alta e rápida ativação do sistema imune inato que envolve a via dos inflamassomas e, consequentemente, a liberação das citocinas inflamatórias.
Quando ocorre a infecção pelo vírus SARS-CoV-2, as células de defesa do sistema imune inato, como os macrófagos e os monócitos, se envolvem no processo de eliminação do vírus. Estudos demonstraram que o SARS-CoV-2 é capaz de ativar os inflamassomas nestas células, resultando na liberação de citocinas inflamatórias como IL-1ᵝ e IL-18 e podendo levar à morte da célula por piroptose. A presença do inflamassoma NLRP3 foi verificada em tecidos pulmonares de pacientes com COVID-19 pós-mortem. Além disso, parece haver uma relação da presença da citocina IL-18 (induzida pelos inflamassomas) no soro de pacientes com a gravidade da doença.
Mais estudos precisam ser conduzidos no intuito de verificar em quais tipos celulares os inflamassomas são ativados pelo vírus, o impacto dessa ativação na COVID longa, o seu potencial como alvo terapêutico entre outras questões relevantes relacionadas a nossas plataformas amadas. Para saberem mais sobre o assunto, ouçam o episódio 5 do ImuneCast, o Podcast da @sbi.imuno, disponível no Spotify e outras plataformas de streaming.
